O fly ou “pesca com moscas”
é considerada uma das mais antigas formas de pesca do mundo, segundo relatos
orientais seu início deu-se na Macedônia no ano de 200 a.C em um rio chamado Astreus, o escritor
Claudio Aelianus narra um estilo de pesca que era feita por nativos com um
anzol enrolado por linha vermelha e penas de galo e com um pedaço de madeira de 2 metros que lançavam a isca para o peixe.
O fly, como quase tudo na
sociedade, evoluiu. Suas iscas, varas, carretilhas e técnicas vem sendo
aprimoradas a cada dia, no Brasil é uma modalidade ainda temida por muitos
pescadores, alguns dizem que é coisa de “fresco”, outros que é pra pegar truta
e tem também os menos informados que dizem não ter paciência para ficar arremessando aquela linha
colorida. Vai entender né....
A pesca com mosca é muito
mais fácil do que parece com uma busca rápida pela internet você consegue
adquirir conhecimento e entender um pouco mais sobre este estilo de pescaria.
Vamos falar um pouco da
vara, ou melhor da carretilha, não, da isca ou começo pela linha? Bem vou
começar falando dos quatro. Dos quatro? Sim... Como?
No fly a vara, a carretilha,
a linha e a isca formam um conjunto, a vara não é mais importante que a linha,
que não é mais importante do que a carretilha e por ai vai... O importante na
pesca com mosca é o pescador se atentar ao número do equipamento que está
utilizando. Como Assim?
A vara tem um número que
deve ser seguido pela linha e acompanhado pela carretilha. Continuo não
entendendo..... Vamos lá...
As varas de Fly são
numeradas de #0 a #15, o que vai corresponder com a linha a ser utilizada.
Paulo Cesar Domingos, em seu
livro Pescando com Mosca dá uma
correlação entre o número do equipamento
e a sua utilização.
- de #0 a #4 (ultraleve) - pesca em riachos ou pequenos lagos protegidos do vento. Moscas em anzóis nº 28 a 18, e peixes como lambaris, trutas, acarás, tilápias, apaiaris.
- #5 e #6(leve) - pesca em riachos, rios e lagoas. Moscas em anzóis nº 16 a 4, e peixes como trutas, apaiaris, pacus-peva, tilápias, tucunarés, bass, etc.
- #7 e #8 (médio) - pesca em rios e lagos médios e grandes, no mar, em baías e
canais, etc. Moscas em anzóis nº 14 a 1/0, para pescar a maioria dos peixes de
porte médio de água doce. No mar, robalos, xereletes, ubaranas, etc.
- #9 e #10 (semipesado) - pesca em rios e lagos grandes, oceano, longos arremessos e vento forte. Moscas em anzóis nº 6 a 2/0, e peixes como dourados, cachorras, etc. No mar, robalos, camurupins, dourados, olhetes, bonitos, enchovas, etc.
- #11 a #15(pesado - pesca no oceano, longos arremessos e vento forte. Moscas em anzóis 2/0 a 8/0. Peixes como camurupins, dourado, peixes de bico, atuns, etc.
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Lambari fisgado com equipamento #2 |
- de #0 a #4 (ultraleve) - pesca em riachos ou pequenos lagos protegidos do vento. Moscas em anzóis nº 28 a 18, e peixes como lambaris, trutas, acarás, tilápias, apaiaris.
- #5 e #6(leve) - pesca em riachos, rios e lagoas. Moscas em anzóis nº 16 a 4, e peixes como trutas, apaiaris, pacus-peva, tilápias, tucunarés, bass, etc.
Tucunaré fisgado com equipamento #6 |
- #9 e #10 (semipesado) - pesca em rios e lagos grandes, oceano, longos arremessos e vento forte. Moscas em anzóis nº 6 a 2/0, e peixes como dourados, cachorras, etc. No mar, robalos, camurupins, dourados, olhetes, bonitos, enchovas, etc.
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Sail Fishing capturado no Fly |
- #11 a #15(pesado - pesca no oceano, longos arremessos e vento forte. Moscas em anzóis 2/0 a 8/0. Peixes como camurupins, dourado, peixes de bico, atuns, etc.
VAMOS
CONHECER OS EQUIPAMENTOS

RELL
SEAT. Local onde a carretilha é fixada na vara, na sua maioria são de metal ou
alumínio, mas também podem ser confeccionados com outros materiais como
plástico, seu miolo pode ser de madeira ou metal.
GRIPS: É a parte onde o pescador vai segurar a vara no momento do arremesso e também da luta com o peixe. Fabricado na sua maioria de cortiça e pode ser para se utilizar uma única mão ou com as duas, neste segundo caso varas de numeração alta. Na tabela ao lado podemos visualizar o modelo mais apropriado para cada numeração de vara.
FIGHTING
BUTT. Continuação do grips da vara encontrado em varas com numeração acima de
#7, onde nada mais é do que uma proteção para o pescador apoiar a vara no corpo
no momento da luta com o peixe.

GRIPS: É a parte onde o pescador vai segurar a vara no momento do arremesso e também da luta com o peixe. Fabricado na sua maioria de cortiça e pode ser para se utilizar uma única mão ou com as duas, neste segundo caso varas de numeração alta. Na tabela ao lado podemos visualizar o modelo mais apropriado para cada numeração de vara.


GUIDES. São os passadores da vara de fly, que variam de acordo com o modelo ou numeração da vara geralmente são feitos de aço inox.
CARRETILHA
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3- 4 5-6 7-8 |
LINHA
E BACKING

A
linha de fly tem, geralmente, em torno de 30 metros. Possui uma parte interna,
central, chamada “Alma” (core) e um revestimento (coating) em material sintético. Cada linha possui uma
numeração que deve ser usada com uma vara e carretilha do número
correspondente.
O
formato da linha também é algo importante a ser observado, sua perfil ajuda o
pescador a escolher qual a melhor formato de linha de acordo com a pescaria que
vai realizar.
Alguns
formatos mais usadas:
WEIGHT FORWARD–
WF (Peso à frente): É a mais
popular e a melhor opção para um iniciante, a mais fácil de ser arremessada
pois seus primeiros 9 metros da frente da linha é mais pesada, carregando a
ação da vara mais facilmente. A linha WF ajuda nos arremessos mais longos e
oferece boa precisão mesmo em condições de vento;
DOUBLE TAPER – DT
(perfil duplo): Linha com perfil igual em ambos os lados e com a
“barriga”(parte mais grossa/pesada) no centro de sua extensão, com esta linha a
apresentação da mosca fica mais suave,
uma vez que a parte mais pesada encontra-se na parte central da linha. Ótima
para efetuar o arremesso chamado Roll-cast;
TRIANGLE TAPER –
TT (perfil triangular): Desenhada por Lee Wulff, esta configuração é uma
variação da WF, que tem um afunilamento contínuo da cabeça da linha. A
cabeça pode variar de 8 a 24 metros, dependendo do peso da linha e da sua
aplicação. Muitos pescadores acreditam que este perfil provê a melhor
transferência da energia no arremesso nas mais variadas distâncias, isso
resulta do fato de que o loop se desenrola com a parte mais pesada sempre por
sobre a mais leve.
BACKING:
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Detalhe do backing enrrolado na carretilha (laranja) |
Aí entra o
backing ou linha reserva, são linhas de
multifilamento que possuem resistência
de 20 ou 30 libras e são colocadas na carretilha antes da linha de fly, a quantidade a ser usada vai depender do
tamanho e numeração da sua carretilha, geralmente são colocadas de 30 a 100m.
LÍDER
O líder é a linha
que une a linha fly à mosca, ele pode ser cônico, torcido ou de nós.
Cônico: é um
monofilamento que começa com uma espessura maior e vai se afinando.
Torcido:
confeccionado com linhas de monofilamento torcido, segue o mesmo principio do cônico
onde começa mais espesso e termina mais fino, essa técnica de torcer lideres
não é muito fácil.
Nós: tipo de líder
mais utilizado, onde o pescador através de nós unem as linhas respeitando o
principio, da mais grossa para a mais fina.
O recomendado é
que os lideres tenham em suas pontas pequenos loops, pois facilitam a união do
mesmo na linha de fly e também do Tippet para ser amarrado a isca. TiP... O
que?
Tippet: linha de
monofilamento que é colocado no final do líder para amarra e isca, geralmente o
tippet é utilizado para que o líder não seja cortado na troca de isca, isso faz
com que o líder possa ser utilizado mais de uma vez.
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Sequência de montagem do equipamento de fly |
ISCAS
No fly, como o
próprio nome sugere, são utilizadas moscas, que são atadas utilizando os mais
diversos materiais, penas de galo, lã, pelos de animais, e o que mais a sua
criatividade permitir. O anzol a ser utilizado é também um fator importante,
ele deve estar em sintonia com o tamanho do conjunto.
Na pesca com mosca
a isca tem como função imitar uma presa natural de um peixe fazendo com que ela
pareça a mais natural possível ao cair na água para enganar o peixe. São
classificados como:
Mosca Seca: O
método mais popular da pesca com mosca, imita insetos que pousam ou caem na
superfície da água, como libélulas, gafanhotos, borboletas, formigas de asa,
etc. Devem ser trabalhadas imitando o inseto no qual você esta usando.
Geralmente deixadas rodar corredeira a baixo.


Espero ter ajudo a
você amigo pescador que quer começar ou conhecer um pouco mais o fly fishing,
mas tome cuidado ao iniciar a prática, pois você pode se viciar e não tem volta!
Forte abraço!!!
Tiago Macarin Rodrigues
Valeu pelas dicas e estou correndo um sério risco de ficar ainda mais viciado pela pesca.
ResponderExcluirValeu mesmo pelas dicas e em breve estarei postando algumas fotos com o resultado do famoso e enigmático fly.
ResponderExcluirValeu Erley espero ter lhe ajudado, e espero que você tenha muito sucesso em suas capturas com o fly! www.tmrfishingshop.com.br Abraços!!!!
ExcluirExcelente matéria!
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