Essa dúvida
ainda persegue quem quer começar a pescar e até os mais experientes no assunto.
As dúvidas e questionamentos sobre qual equipamento usar são frequentes. A
carretilha é mais efetiva que o molinete?
O molinete é mais fácil de arremessar? A carretilha dá muita cabeleira
de linha? No molinete a linha fica frouxa, enrola toda? E por aí vai...
Um
pouco de história para entendermos como tudo isso começou
O
molinete surgiu da necessidade de o pescador ter mais linha à sua disposição,
para um arremesso mais longo ou pra o caso de fisgar um peixe maior. A
primeira menção ao molinete aparece na obra de Thomas Baker, The art of
angling (1651; A arte da pesca desportiva). A princípio era um simples
carretel de madeira adaptado à vara de pesca. Em 1810, o
relojoeiro norte-americano George Snyder inventou o primeiro molinete
multiplicador, isto é, aquele que com uma volta da manivela transmite
ao carretel várias revoluções, aumentatando a capacidade
de recuperação da linha.
Embora
os primeiros molinetes multiplicadores de carretel giratório possam ser
usados na pesca marítima, ficou evidente a necessidade de modelos
maiores e mais resistentes à corrosão. Daí o aparecimento de latão cromado,
ligas de alumínio etc. Foram, entretanto, as exigências dos pescadores de
atuns gigantes da Califórnia que estimularam a invenção do sistema de
freios para molinetes. Antes do seu advento, o freio era apenas um pedaço de
couro adaptado exteriormente ao molinete e controlado por pressão do polegar do
pescador.
Deve-se
ao engenheiro norte-americano William C. Boschen a invenção do
sistema de freios com discos de fricção como é hoje conhecido. Diversas vezes
aperfeiçoado, esse sistema permite a captura dos grandes peixes de alto mar,
de até uma tonelada de peso.
No Brasil o primeiro Molinete fabricado foi o
famoso Paoli, que começou sua história por volta de 1947, onde Otávio Paoli
começa a se aventurar pela pesca.
Tanto
o molinete como a carretilha são efetivos na hora da pescaria tudo vai depender o que você vai
pescar e principalmente arremessar.
Então
vamos entender como funcionam;
Molinete
É
classificado quanto ao seu tamanho que pode ser leve (Ultra light) ou pesado
(hardy) esta escolha está totalmente relacionado o tipo de pesca que você irá
fazer.
Vantagens
·
Fácil Manuseio;
·
Você consegue arremessar iscar mais leves a uma
maior distância;
·
Facilita o pescador também na pescaria onde a isca
artificial é muito grande, pois fica difícil segurá-la somente com o polegar na
carretilha para captar energia na execução do arremesso.
·
Pela posição do molinete na parte inferior da vara
facilita o recolhimento e diminui o desgaste na pesca com metal jigs;
·
É de fácil manutenção;
·
Por possuir carretéis sobressalentes, faz com que em
um mesmo equipamento você tenha dois tipos de linha, que podem ser relacionada
à resistência ou ao material: monofilamento e multifilamento.
Desvantagens
·
Torção
da linha; toda vez que a linha sai do molinete, ela atrita consideravelmente
com os passadores da vara. A linha sai do carretel em forma de espiral, assim
sendo a própria vai desgastando-se muito com o tempo necessitando de troca mais
rapidamente;
·
A
velocidade de recolhimento. Geralmente os molinetes perdem neste item em
relação a carretilha. Isto se dá porque a linha do molinete tem de fazer uma
volta toda ao redor do carretel para ser enrolada. Já nas carretilhas isso é
facilitado, pois a linha entra reta no carretel, proporcionando uma maior
velocidade de recolhimento;
·
A
tração. No tocante que tange a tração, as carretilhas levam uma ligeira
vantagem, pois como a linha não entra espiralada se exige menos dela, portanto,
tem-se uma tração maior.
Dica: Para se colocar linha em
um molinete o recomendável, principalmente quando se usa linha de monofilamento,
é que você transfira para o carretel a memoria que a linha possui. Como? Como a
linha sairá do carretel em aspiral, verifique em qual lado do carretel a linha
não fica torcida, caso o lado escolhido por você a linha torça, vire o carretel
e faça o teste, você verificará que alinha estará em uma posição natural.
Carretilha
Também
é classificada quanto ao seu tamanho que pode ser de perfil baixo (utilizada em
pescarias de isca artificiais, arremesso de boia) ou perfil alto ( geralmente
utilizada em pescarias oceânicas e de peixes de couro) esta escolha está totalmente relacionada ao
tipo de pesca que você irá fazer.
Algo
bem interessante em uma carretilha é o seu recolhimento. Este dado geralmente
vem marcado desta forma 7. 0:1, que significa que a cada volta completa que
você dá na manivela o carretel roda 7 vezes.
Vantagens
·
Possibilitam uma maior precisão no arremesso de
iscas artificiais;
·
Não torce a linha no momento do arremesso;
·
Proporcionalmente ao tamanho de um molinete
comporta mais linha;
·
Recolhem a isca mais rapidamente;
·
Maior tração, justamente pelo fato da linha ser
fixada no eixo central;
Desvantagens
·
Dificulta o pescador arremessar iscas muito leves;
·
Se não bem regulada, forma cabeleira no momento do
arremesso.
Como
regulo o meu molinete e a minha carretilha?
A
Fricção é a regulagem que vai permitir que a linha saia do equipamento sem um
maior dano para o mesmo, a sua regulagem é um dos cuidados mais importantes e
relevantes em uma pescaria, se não feita de maneira adequada você pode, além de
perder o peixe, perder seu equipamento, por uma linha estourada, uma vara
quebrada e até mesmo um sistema de freio estourado.
Molinete
No
molinete esta regulagem é muito simples, existem modelos que a regulagem é na
parte superior e em outros na parte inferior, você vai regular conforme a
pescaria. Uma boa regulagem ajudará tanto no momento da fisgada quanto da briga
com o peixe se a fricção estiver muito solta a linha sairá facilmente e no
momento da fisgada haverá pouca alavanca, diminuindo assim a força da fisgada.
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Regulagem na parte inferior |
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Regulagem na parte superior |
Carretilha
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Detalhe da alavanca responsável pela regulagem da fricção |
Em uma
carretilha a coisa é muita mais além, você além de regular a fricção, que é
igualmente no molinete quanto à força, terá também que regular o freio que pode ser
centrífugo ou magnético e o botão de ajuste fino.
Os Freios
Magnético
Esse sistema de freio
utiliza a força magnética de imãs para controlar a velocidade do giro do
carretel, sua regulagem consiste em deixar o carretel mais próximo ou mais
afastado do campo magnético de imãs. Ele está presente em vários modelos de Os
modelos de carretilhas com o sistema de freio magnético, possuem regulagem
externa, ou seja, um disco graduado, onde se aumenta ou diminui a atuação dos
imãs sobre o carretel. Quanto mais próximos do 10, mais imãs atuam no carretel
e mais preso fica. E quanto mais próximo de 0(zero), mais livre ficará o
carretel.
Dica: Para sua regulagem, comece com um nível de 80% de atuação magnética, se
os arremessos estão saindo com facilidade, vá diminuindo a atuação do freio até
o limite, onde não tenha cabeleiras e os arremessos saem mais longos.
Centrífugo
Este sistema de freio
utiliza a força mecânica do atrito de suas buchas para regular a velocidade de
giro do carretel, o atrito neste caso será maior quanto maior for a velocidade
do carretel, pois utiliza a força centrifuga do giro para fazer as buchas de
freio atuar.
A regulagem desse sistema é, no geral, interna, e necessitam de abertura da
tampa lateral da carretilha para ter acesso a regulagem, alguns modelos possuem
sistema que não há necessidade da abertura da tampa lateral, sendo regulado o
freio apenas abrindo uma porta de acesso.
Existem dois tipos de freio centrifugo mais utilizado, um deles é de fácil
regulagem, possui um disco no carretel, onde apenas girando este regula o
número de buchas que atuarão na frenagem do carretel, quanto mais buchas
atuando maior será a frenagem, com isso menos possibilidade de cabeleiras e
menor a distância do arremesso.
O segundo sistema de
freio centrifugo é o mais utilizado, principalmente em carretilhas menores, pois
tem peso reduzido. Este sistema possui apenas as buchas aparentes encaixadas em
pequenas hastes metálicas, para regular você deixa ou não a bucha atuando. Se
quiser que atue, empurre para a ponta da haste, se não quer que atue, empurre
para a base da haste, travando-a embaixo.
É
importante neste caso, buscar o equilíbrio no carretel, ou seja, se vai
utilizar 2 buchas ativadas e 4 desativadas, procure deixar as ativadas sempre
na mesma linha.
Para regular o freio centrifugo, deixe todas as buchas atuando, faça alguns
arremessos e se sentir que estão saindo sem cabeleiras, desative 2 buchas e
volte a arremessar, verá que seus arremessos serão mais longos, se ainda
estiverem sem cabeleira poderá desativar mais buchas, sempre mantendo o
equilíbrio do carretel.
Regulagem
fina
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Botão prata com riscos em vermelho no centro da imagem |
Essa regulagem está presente em
praticamente todas as carretilhas, e fica localizada próxima a manivela. Sua
regulagem é bastante simples, e deve ser alterada sempre que se mudar de isca.
Para regular, com o conjunto de
carretilha, vara e isca montado, enrole a linha até a isca chegar bem próximo
da ponta da vara. Aperte o freio mecânico, girando-o, destrave a carretilha com
a vara na horizontal e vá soltando o freio mecânico até a isca começar a
descer, o ponto ideal é quando a isca chegar no chão e o carretel parar de
girar ao mesmo tempo.
Com isso espero que as pescarias sejam repletas de
capturas e que você aproveite os recursos oferecidos pelo seu equipamento da melhor maneira possível, fisgando belos peixes.